AGU ajuiza ação contra a Vale cobrando R$ 2 bilhões por extração de minério em área pública em MG

Por Conexão Mineral 01/08/2025 - 17:52 hs
Foto: Vale
AGU ajuiza ação contra a Vale cobrando R$ 2 bilhões por extração de minério em área pública em MG
Complexo de mineração da Vale em Nova Lima (MG)

A Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou, em 24 de julho, ação contra a mineradora Vale S.A, cobrando R$ 2 bilhões por danos causados ao patrimônio público. O processo, conduzido pela Procuradoria Regional da União da 6ª Região (PRU6), trata da exploração irregular na mina do Tamanduá, em Nova Lima (MG).

Segundo a AGU, a área ocupada indevidamente corresponde a aproximadamente 66,5 mil metros quadrados de terreno pertencente à União – equivalente a aproximadamente nove campos de futebol - e reservado para a instalação de um mineroduto operado pela própria Vale. Embora a empresa tenha autorização para utilizar o local com essa finalidade, a lavra mineral na região é proibida.

Ainda de acordo com a AGU, análises técnicas e de imagens geoespaciais produzidas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) comprovaram a ocorrência de extração de minério na área, o que caracteriza uso indevido de bem público. A própria mineradora reconheceu a retirada e comercialização do minério. Como o recurso natural não pode ser devolvido à União, a única forma de reparação é o ressarcimento financeiro pelos danos causados.

Segundo o procurador regional da União, João Batista Vilela Toledo, da Coordenação Regional de Patrimônio e Meio Ambiente (Corepam), a mineradora extrapolou os limites autorizados e avançou sobre a zona de servidão, área destinada exclusivamente à instalação de equipamentos, onde a extração é proibida. “Desde a criação da Corepam, temos buscado responsabilizar judicialmente empresas que realizam lavra ilegal em Minas Gerais, assegurando ressarcimento à União e protegendo o meio ambiente”, afirmou.

A advogada da União Karina Bragio, que assinou a ação, destacou que a iniciativa reafirma o compromisso da AGU com a proteção ambiental e a responsabilização de quem explora ilegalmente recursos naturais. “Nosso dever é garantir que os danos causados ao patrimônio público não fiquem impunes e que os responsáveis arquem com os custos da degradação”, afirmou.

O processo é resultado do trabalho conjunto da PRU6 e de órgãos de fiscalização. “Além da compensação financeira, a ação tem também caráter pedagógico, desestimulando condutas semelhantes por outras empresas”, afirmou o coordenador regional de Patrimônio e Meio Ambiente da PRU6 Adriano Campos Cruz.